terça-feira, 11 de novembro de 2008

Por que jornalismo?

Nádia Tamanaha é uma contradição. É um poço de teimosia e determinação. Porém, muitas vezes, a preguiça é sua maior inimiga e, por que não, companheira. Uma vez decidida, ninguém faz com que ela mude de idéia. Mas, ao mesmo tempo, é indecisão dos pés a cabeça. Mesmo com tantas doses de irresolução, na hora de escolher o seu ofício, não titubeou: optou pelo jornalismo. Quase quatro anos depois, aos 20 anos e prestes a concluir a faculdade, Nádia ainda não descobriu por que fez essa escolha. Não é raro ela surpreender a si mesma pensando no assunto. E, mesmo assim, a razão continua sendo um mistério.

O interesse de Nádia pelo jornalismo se manifestou há pouco mais de nove anos. Quando tinha 11 de idade, ela descobriu a paixão por revistas e jornais. Corintiana fanática sempre curiosa para saber das novidades sobre seu time, ela se tornou leitora assídua de publicações como a Placar, o então recém-nascido Lance e a Folha de S. Paulo. Nádia costumava recortar as matérias dos jornais e guardar todas em uma pasta dedicada ao Corinthians, cuja capa preta era coberta de adesivos. Ela nem imaginava, mas essa é uma prática, às vezes odiada pelos jovens jornalistas, chamada clipping.

Nádia não lembra bem o porquê, mas os recortes foram jogados no lixo há um bom tempo e hoje, ela guarda apenas alguns exemplares de antigas Placar. Uma delas, publicada em 1999, trazia o goleiro Dida, um de seus maiores ídolos do futebol, na capa e, apesar de estar em estado deplorável, é guardada como se fosse uma relíquia.

Depois de algum tempo, Nádia trocou as publicações sobre esportes pelas revistas mais populares entre as meninas, como a Capricho e a Atrevida. E então, no auge de seus 12 anos, decidiu: queria ser jornalista. Durante muito tempo, sonhou com as grandes entrevistas, as reportagens espetaculares e, como toda boa aspirante a jornalista, se imaginou sentada na bancada do Jornal Nacional.

O sonho logo acabou quando, em 2005, aos 16 anos, Nádia entrou no curso de Jornalismo da UniFiam, e percebeu que o mundo da comunicação não é nem metade do que havia idealizado. Em pouco tempo, ela viu que toda aquela história de “dar voz aos esquecidos”, “ter compromisso com a verdade, doa a quem doer” e muitos outros conceitos não passavam de ótimas frases retiradas de livros, assim como as citadas acima*.

Muitas pessoas diziam que ela era muito nova para escolher uma profissão. Alguns quase ousavam afirmar que a futura jornalista já havia cometido um engano. Mas ainda no primeiro ano de faculdade, ela conheceu e se apaixonou, quase que no mesmo instante, pelo jornalismo literário e cultural. Queria saber quando e se seria capaz de escrever textos brilhantes como aqueles que lia em revistas como a Bravo! e, posteriormente, a Rolling Stone. E era essa ânsia, essa vontade de ser “boa o suficiente” que fazia – e ainda faz - com que ela tivesse certeza que sua escolha não era um engano. E, de fato, não é.

Apesar de não ter dúvidas em relação ao jornalismo, Nádia admite que antes de prestar o vestibular, pensou em muitas outras carreiras que talvez quisesse seguir. Poderia ser nutricionista, fonoaudióloga, decoradora, estilista ou até mesmo fisioterapeuta. E, muito embora as áreas de artes e saúde sempre tenham lhe causado interesse, eram as palavras que realmente a seduziam. E, então, para acabar de uma vez por todas com qualquer dúvida em relação à profissão que escolhera há cerca de quatro anos, ela decretou: “se me formar jornalista, talvez eu possa ser um pouco de cada coisa”. Mas essa nunca foi a verdadeira razão pela qual Nádia escolheu o jornalismo.

Não é de hoje que ela se faz a famosa pergunta: “por que jornalismo?”. E a resposta tem sido a mesma desde que decidiu seguir a profissão: “não sei”. Ultimamente, Nádia não tem pensado muito nos porquês dessa história. E nem faz questão de pensar. Talvez, simplesmente não exista razão...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Timão voltou!

Sábado, 25 de outubro de 2008.

Eu não estava tão perto do Pacaembu quanto eu queria. Mas de onde eu estava, eu podia escutar a Fiel Torcida vibrar. Eu não sei ao certo se isso me fez sentir melhor ou pior. No entanto, isso já não importa mais. O que importa é que o “Timão voltou”.

Após 10 meses, que ao mesmo tempo pareceram 10 dias e 10 anos, o Corinthians retornou à Série A do Campeonato Brasileiro, onde "é o seu lugar"...e isso, ninguém pode negar.

Disputar a segunda divisão não foi tão difícil quanto pensávamos. Foi quase divertido. Foi também emocionante. Afinal, ver a torcida comparecer em peso ao estádio e cantar sem parar, mesmo na Série B, não é pra qualquer um.

E a recompensa para a Fiel não tardou, muito menos, falhou: com seis rodadas de antecedência, o Corinthians presenteou sua nação com a volta triunfal. E como se o retorno não fosse o suficiente para fazer a alegria dos corintianos, ídolos como Felipe e Dentinho demonstraram sua gratidão e caíram nos braços da Fiel.

Fiel que nunca abandonou o time e que, hoje eu posso dizer com muito mais certeza: jamais irá abandonar.

E se há 10 meses, eu chorei por ver meu Timão ser rebaixado, hoje, chorei por vê-lo subir. E com a certeza de que a nação corintiana está mais forte do que nunca.

"Vi gente acreditando como sempre desde 1910. Eu vi maloqueiro e sofredor, graças a Deus, não abandonando. Não parando. Acreditando. Corintianando."

Mauro Beting, publicado no Lance! de 24/10/2008

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Olimpíadas de Pequim

Parece que até outro dia, estávamos todos ansiosos à espera dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. E hoje, as Olimpíadas de Pequim já acabaram. E, apesar das derrapadas, pode-se dizer que os Jogos de 2008 marcaram o esporte brasileiro de um jeito positivo.

César Cielo, da natação, Maurren Maggi, do salto em distância, e as meninas do vôlei trouxeram medalhas douradas inéditas e emocionaram a todos com suas lágrimas incontidas. A guerreira Natália Falavigna colocou o Brasil pela primeira vez no pódio do taekwondo, Fernanda e Isabel trouxeram a primeira medalha feminina na vela, enquanto Ketleyn Quadros foi pioneira duas vezes: inaugurou o placar para o Brasil em Pequim e ainda se consagrou como a primeira mulher brasileira a conquistar medalha olímpica em provas individuais.

E se, no lugar do tão desejado ouro, veio a prata em algumas modalidades, nossos atletas não deixaram de nos encantar com sua raça e força de vontade. Marta, ao olhar para o céu e indagar “Deus, o que foi que eu fiz de errado?”, nos provou, mais uma vez, que no esporte, nem sempre quem joga melhor acaba vencedor. O vôlei masculino perdeu o ouro olímpico, mas não perdeu a raça e determinação e nem decepcionou. Afinal, eles podem. O mesmo aconteceu no vôlei de praia e em tantas outras modalidades que, até outro dia, nem sabíamos que tínhamos atletas brasileiros, como Yane Marques do Pentatlo Moderno.

Em Pequim, tivemos, sim, nossas decepções, que deixarão cicatrizes até Londres 2012. As Ginásticas Artística e Rítmica, os Saltos Ornamentais, o Salto com vara e, claro, o futebol masculino. No entanto, sabemos que “faz parte”. Em um país como o nosso, onde o esporte não passa de entretenimento, os nossos atletas precisam ser mais do que heróis para chegarem aonde chegaram.

Nas Olimpíadas 2008, o Brasil ficou com 15 medalhas, cinco a mais que em Atenas 2004, mas conquistou apenas três de ouro, duas a menos do que na edição passada dos Jogos. No entanto, os atletas brasileiros quebraram tabus e mostraram que, de vez em quando, vale a pena ser patriota e se emocionar ao ver nossos atletas no topo do pódio - e, por que não, do mundo - ao som do Hino Nacional.

Em Pequim, o Brasil...

• Conquistou a primeira medalha de ouro feminina em competições individuais com Maurren Maggi (salta em distância).
• Foi campeão da natação pela primeira vez com César Cielo.
• Conquistou o primeiro ouro do vôlei feminino.
• Ganhou a primeira medalha feminina de todos os tempos em competições individuais com Ketleyn Quadros (Judô).
• Trouxe a primeira medalha do taekwondo com Natália Falavigna.
• Chegou ao pódio pela primeira vez na vela feminina com Fernanda Oliveira e Isabel Swan.


(25 de agosto de 2008)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Believe

Some time ago, a friend said to me that I should believe in myself and in my abilities. That I should fight for what I want and do whatever I picture myself doing.

Some time ago, I posted these same words here and, since then, I’ve thought about the same questions, the same doubts. “What do I picture myself doing?”, “What am I good at?”.

May be, in this time I’ve been thinking about these things, I could find some answers to the questions on my mind. But there are so many things about me that I still don’t know. I still don’t know what I am good at. And I don’t think I’ll discover it very soon.

What I know is what everyone should: I want and I need to believe in my dreams. It doesn’t matter what it is…I just need to believe.

(21 de agosto de 2008)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Alvinegro

“Muitos anos depois, o então tenente Porfírio da Paz definiu as cores do Corinthians como alvipreto. Nas cores do time, haveria uma simbologia que não desaparece: o branco representaria a alvura do grande amor que seus adeptos sempre lhe dedicaram e lhe dedicarão, num páreo dignificante de carinho e dedicação; o preto, as horas amargas do sacrifício e das lutas que se travaram durante a existência do clube.”

Corinthians, o time da fiel, de Orlando Duarte e João Bosco Tureta

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Extraordinário

"I am looking for something more extraordinary than this."

Bridget Jones - Bridget Jones's Diary

São Paulo 1910

"Naquele 1910, segundo Barros Ferreira, a população da cidade era de 375 mil habitantes, em grande parte formada por imigrantes e seus descendentes, chegados ao Brasil em fins do século XIX. São Paulo contava com apenas 32.914 prédios, e o mais alto tinha três andares."

Corinthians, o time da fiel, Orlando Duarte e João Bosco Tureta

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Faraway

"Faraway, where tears are exhausted."

Ichi Rittoru no Namida

A gente cresce e nem percebe

O tempo chuvoso e preguiçoso de ontem quase fez com que eu voltasse para casa direto, sem antes passar na faculdade. Mas, mais uma vez, venci essa batalha tão corriqueira e apareci na aula como deveria.

Na volta, peguei o metrô na estação Sé e, como de costume, parei próxima à porta e segurei no apoio à minha esquerda. Quando o trem saiu do lugar, a pessoa que estava ao meu lado quase caiu. Olhei pra ela e ela olhou pra mim com aquela cara de 'oops, essa foi por pouco'. E foi aí que eu a reconheci: Patrícia havia estudado inglês comigo há uns dois anos e, desde que ela parou as aulas, nunca mais a tinha visto.

Ela era uma aluna até aplicada, mas o que eu achava legal mesmo nela era a forma como se vestia. Patrícia é baixinha como eu, magra e estava sempre de calças largas, blusinhas básicas e tênis de mano. Talvez, não tenha nada a ver comigo, mas sempre curti esse tipo de estilo, despojado.

Mas ontem, quando a vi, percebi que ela não havia mudado muito mas, também já não era mais a garota estilosa que eu conheci. Vestia roupas normais, de gente que cresceu e foi obrigada a deixar alguns gostos pra trás: calça social, sobretudo preto, camisa branca, bota bico fino com direito a crachá pendurado no pescoço.

Foi aí que eu olhei o meu reflexo na porta do trem e me dei conta que eu também não sou mais a mesma menina de dois anos atrás. Agora, eu também visto roupas de gente que cresceu e foi obrigada a abandonar antigos gostos. E todas as minhas idéias, princípios, sonhos e vontades foram renovados junto com as roupas que eu guardava no meu armário.

E então eu percebi algo que eu já deveria saber: eu cresci. E a Partícia também. Não tem como fugir, tem?

(08 de agosto de 2008)

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Nancy II

“No ano anterior, ele lhe dera um pequeno medalhão de ouro em forma de coração. Neste ano, prevenido como sempre, vinha hesitando entre os perfumes importados à venda na Drogaria Norris e um par de botas de montaria. Mas Nancy tinha morrido.”

A Sangue Frio, Truman Capote

Balada dos Enforcados

“Irmãos humanos que ainda viveis,
Não sejais corações endurecidos;
Tendo pena de nós, pobres, talvez
De Deus sereis mais cedo merecidos”

Balada dos Enforcados, François Villon

Nancy

“Ela nunca ficara doente – nenhuma vez. [...] deitou-se na grama, ao lado do canteiro e agarrou seu gato, balançou-o acima dela, beijou-lhe o focinho e os bigodes.”

A Sangue Frio, Truman Capote

El Pasado II

“Juntos haviam conhecido professores, amigos, idiomas, trabalhos, prazeres, lugares de veraneio, decepções, costumes, pratos exóticos, doenças – todas as atrações que uma versão prudente, mas versátil, desse misto de surpresa e fugacidade que normalmente se chama vida podia oferecer-lhes”.

O Passado, Alan Pauls

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ichi Rittoru no Namida

Passei o domingo quase inteiro assistindo ao seriado japonês Ichi Rittoru no Namida*. Assistir à série, me fez pensar em muitas coisas. Na (minha) vida, na (minha) morte, na (minha) dor, no (meu) sofrimento. Me fez pensar que a felicidade e a tristeza estão dentro de cada um de nós, independente dos motivos que temos para sorrir ou chorar. Mas não existe sofrimento que mereça ser desprezado.

Depois de assistir e derramar “um litro de lágrimas”, não consigo parar de perguntar, “por qual motivo estamos vivendo?”. Até onde devemos chegar? Pelo que devemos lutar? No que podemos acreditar? E as respostas...ah, as respostas, eu receio que jamais vou encontrar.

Acredito que para todo sofrimento exista uma recompensa, um aprendizado. Eu sei que tudo que já passei não é nem metade do que muitos outros passaram ou ainda vão passar. Mas é o fardo que posso carregar com toda minha dignidade. É o fardo que me fez/faz enxergar que eu ainda tenho muito o que aprender, tenho muito pelo que lutar e que eu ainda posso, apesar de tudo, acreditar em muitas coisas.

A chave pra felicidade talvez seja ter esperança e lutar por aquilo que acreditamos. Talvez, apenas talvez. Mas se não for isso, então, o que pode ser? Por que estou aqui? Por que estou vivendo? A vida não pode ser passageira, descartável...e se for, por que sofremos? Por que...? São tantos porquês.

*Em português, a série se chama Um Litro de Lágrimas e conta a história de Aya Ikeuchi, uma menina de 15 anos que descobre sofrer de Degeneração Espinocerebelar. Com o tempo, quem sofre dessa doença progressiva, perde os movimentos dos quatro membros, a fala e, aos poucos, o organismo todo fica debilitado. A série é inspirada na história real de Aya Kito, que sofreu durante 10 anos com a degeneração.

(28 de julho de 2008)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Felicidade...

“As pessoas são tão felizes quanto decidem ser.”

Paixão

Desde que me conheço por gente, tenho uma paixão chamada paixão.
Amo estar apaixonada e estou todos os dias. Por tudo que faço e por todos que amo. A paixão é meu combustível, meu motivo pra sair do lugar.
E, se um dia isso acabar e a paixão não existir. Então, eu não existo mais também.


(21 de julho de 2008)

1 ano

Se hoje eu sou forte, devo muito a você. Minha mãe, meu exemplo.

Você me ensinou a enfrentar o mundo e encarar as coisas como elas são. Afinal, pra tudo existe uma solução. Você me mostrou que o sofrimento é inevitável, mas que é possível passar por ele sem perder a dignidade.

Foi com você que eu aprendi a rir das coisas mais bobas e também, ser um pouco implicante de vez em quando. Aprendi a valorizar as coisas simples da vida e as pessoas que amamos. O seu bom-humor (às vezes não tão bom assim) me fazia acreditar que você ainda tinha forças pra lutar. E, você sabe, eu lutaria com você até o fim. E eu lutei...

Eu ainda penso em você todos os dias e, muitas noites, te encontro nos sonhos. Sinto saudades, daquelas boas, que enchem os olhos de lágrimas e me fazem esboçar sorrisos. Às vezes, fico lembrando dos momentos que passamos. As noites preparando o jantar e ouvindo suas músicas, assistindo algum programa chato na televisão ou até mesmo brigando por algum motivo bobo. E só hoje, que eu não tenho mais você, eu vejo como esses momentos eram tão simples e, ao mesmo tempo, tão únicos e especiais.

Jamais quis te perder tão cedo. Eu ainda tinha muita coisa pra dividir com você. E hoje, o que me resta é ser forte. Do jeito que você me ensinou.

Na memória, guardo as lembranças. Na mente, a certeza de que agora você está bem. E no peito, a saudade imensa que eu sinto e, eu sei, jamais terá fim. Assim como meu amor por você.

(18 de julho de 2008)

Longe...

Sempre que começo a pensar muito na vida, sinto um leve (nem tão leve) desespero. Os motivos são os mesmos: medo de não ser boa o suficiente, de decepcionar, de não chegar onde quero...enfim, nem vale à pena enumerar. Sei que isso é bom, pois me faz aprimorar aquilo que tenho de melhor: a determinação. Mas muitas vezes, o receio de falhar me torna uma pessoa um tanto neurótica e insatisfeita.

Tenho medo das mudanças que estão por vir, no entanto, são elas que me motivam, me fazem querer mais e acreditar que, sim, eu posso chegar onde eu quero. Ainda que “onde eu quero” seja algo tão inconstante e indefinido: longe.

(17 de julho de 2008)

Voltas

”O mundo dá voltas e parece parar sempre no mesmo lugar.”

Corinthians

“O que será que me dá Corinthians, que me transborda o peito, que me desacata...”

Osmar Santos

Pacaembu debut

Depois da minha estréia tardia em jogos de futebol, só posso dizer que, se pela televisão já é ótimo, ao vivo e a cores é muito melhor. A energia que paira sobre o estádio chega a ser inacreditável. É um sentimento bom e contagiante. Me impressionei com a ótima visão que se tem do campo e com a dedicação da Gaviões da Fiel que não pára (não pára, não pára) sequer um segundo.

E do alto daquela arquibancada cinza, era possível reconhecer os jogadores pela fisionomia, ver a bola rolar, acompanhar as defesas, os ataques e passes. E na hora do gol, a sensação é quase indescritível. Sábado, Dentinho marcou para o Corinthians, correu para a linha de fundo (bem na arquibancada que eu estava) e, logo depois, os outros jogadores se juntaram a ele. É uma vibe sem explicação que só quem curte o bom e velho futebol vai entender.

O saldo do sábado é que o Corinthians venceu por 1 a 0 o São Caetano, continua invicto na ponta da tabela da Série B. E eu...bom, se pudesse, não via mais jogo na televisão. Quero voltar ao estádio sempre que der.


(07 de julho de 2008)

Saber o sabor

“Viver só vale à pena quando provoca saudade de querer fazer de novo só porque é bom.”

Saber o sabor – Biquíni Cavadão

Destino, acaso

Às vezes fico pensando no destino. No acaso. Na vida. Coisas complexas, subjetivas, sem explicação. Mas teimo em pensar nelas e, quem sabe, um dia entendê-las.
Será que destino existe? Será que tudo realmente está escrito?

Observando os últimos acontecimentos, eu, que sempre pensei acreditar nele, sou obrigada a dizer que talvez não. Não exista. Nos últimos dias, parei pra pensar e refletir. E cheguei à conclusão – nada conclusiva - que muitas coisas teriam acontecido ou deixado de acontecer por um simples detalhe. Um simples acaso.

Aquele encontro que você perdeu, o telefonema que você não atendeu, a pessoa que você não conheceu....enfim, simples detalhes que são capazes de mudar uma vida. Um destino. Que são capazes de unir e separar vidas e destinos.

Sempre aplico essas reflexões na minha vida e seus acasos. No meu destino indefinido. E são tantos “e se”, que nem sei por onde começar.
E se não tivesse sido contratada na Band?
E se não tivesse reencontrado a Priscila?
E se não tivesse respondido aquele scrap?
E se não tivesse...e se não tivesse?

Na verdade, não quero saber. Gosto do rumo que minha vida tomou e sei que muitos acasos serão responsáveis por modificar meu destino. Para sempre indefinido. Poderia passar dias, semanas, meses ou anos escrevendo sobre o assunto. Nunca chegaria a uma conclusão. E jamais saberia se existe destino ou acaso.


(01 de julho de 2008)

Sorrir

“Enquanto eu sorrir, ninguém vai se importar.”

Pledge

“If you love something, set it free. If it was meant to be, it will come back to you.”

Scarlett + Woody

"A personalidade, a voz, a aparência, os olhos, o peso, os lábios. Tudo combina de um jeito que é maior do que a soma das partes - e olha que estamos falando de partes sensacionais".

Woody Allen sobre Scarlett Johansson em entrevista à Revista S.A.X.

Britney

“Britney é a síntese do paradoxo da fama: amá-la, odiá-la, jamais ser capaz de deter seu poder de destruição."

Revista Rolling Stone de março de 2008.

Inferno/hell/enfer

“L’enfer c’est les autres”.

Jean-Paul Sartre

1(2) 9(0)

Depois que fiz aniversário, fiquei pensando quantas coisas, além dos números, irão mudar na minha vida daqui pra frente. E isso me diverte, mas me preocupa ao mesmo tempo.

Em pouco menos de seis meses, serei jornalista de verdade. E com esse passo a frente, muitas coisas vão ser diferentes. Estágios? Nunca mais! E isso é ótimo, mas por outro lado é muito assustador.

Às vezes, me pego pensando se estou preparada para isso. Para ser profissional. Para ser jornalista. Não tenho dúvidas da profissão que escolhi, sei que optei pela coisa certa. Amo o que faço, sou apaixonada pelo jornalismo. Mas será que isso basta? E se não, o que vai bastar?

Enfim, são inúmeras incertezas, dúvidas, medos, sonhos e vontades que me fazem pensar que trocar o 1 pelo 2 e o 9 pelo 0 não é nada. Pelo contrário, 20 anos ainda é muito pouco tempo...


(19 de junho de 2008)

Homem medida

“O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são enquanto são e das coisas que não são enquanto não são.”

Protágoras