segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A gente cresce e nem percebe

O tempo chuvoso e preguiçoso de ontem quase fez com que eu voltasse para casa direto, sem antes passar na faculdade. Mas, mais uma vez, venci essa batalha tão corriqueira e apareci na aula como deveria.

Na volta, peguei o metrô na estação Sé e, como de costume, parei próxima à porta e segurei no apoio à minha esquerda. Quando o trem saiu do lugar, a pessoa que estava ao meu lado quase caiu. Olhei pra ela e ela olhou pra mim com aquela cara de 'oops, essa foi por pouco'. E foi aí que eu a reconheci: Patrícia havia estudado inglês comigo há uns dois anos e, desde que ela parou as aulas, nunca mais a tinha visto.

Ela era uma aluna até aplicada, mas o que eu achava legal mesmo nela era a forma como se vestia. Patrícia é baixinha como eu, magra e estava sempre de calças largas, blusinhas básicas e tênis de mano. Talvez, não tenha nada a ver comigo, mas sempre curti esse tipo de estilo, despojado.

Mas ontem, quando a vi, percebi que ela não havia mudado muito mas, também já não era mais a garota estilosa que eu conheci. Vestia roupas normais, de gente que cresceu e foi obrigada a deixar alguns gostos pra trás: calça social, sobretudo preto, camisa branca, bota bico fino com direito a crachá pendurado no pescoço.

Foi aí que eu olhei o meu reflexo na porta do trem e me dei conta que eu também não sou mais a mesma menina de dois anos atrás. Agora, eu também visto roupas de gente que cresceu e foi obrigada a abandonar antigos gostos. E todas as minhas idéias, princípios, sonhos e vontades foram renovados junto com as roupas que eu guardava no meu armário.

E então eu percebi algo que eu já deveria saber: eu cresci. E a Partícia também. Não tem como fugir, tem?

(08 de agosto de 2008)

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